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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Beckettiando.

   
Estagnação total. Parece haver luto. Muito silêncio, como fosse o silêncio variado e nem sempre mudo. Pausa. Tento recomeçar. Pausa. Desespero-me por uns segundos. Lanço o livro sobre a cama. Como é difícil. Como é difícil fazer valer o desejo. As idéias, tudo é tão bom, tudo é tão impossível. Tão novo, tão limpo. Precisa ser rabiscado. O livro. Mas está tão calor, tão calor... Passo o dia inteiro tentando pensar. E quando chega a noite, quando eu poderia enfim trabalhar, as mãos e pernas e braços e todo o corpo doem pelo trabalho do dia. Dói o corpo por ter tentado se manter no decorrer das horas. Preciso de sombra. Mas as árvores estão cruas, nuas, estão vivas, mas lá fora. Que estranha sensação de finitude. Ao trabalho... com tudo isso (e mais um pouco)... E vou dormir outra vez... Certo de amanhã, eu vou conseguir... Como ontem, como agora...