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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Falo....


Paro um pouco para me mover em meio às palavras. Tudo está correndo e eu espero agora alguma possibilidade de espera, qualquer, porque tudo está chegando tão veloz que cansa, sabe?, vivo aquela sensação de estar sendo estuprado, sem término, pelo acontecimento sucessivo das coisas todas assim reunidas. Uma confusão. Uma semana sem ponto final, ininterrupta. Muitas coisas boas.

Via e-mail estou conseguindo trocar com Gerald Thomas. Ele está me lançando algumas questões muito interessantes que sem dúvida começam a me auxiliar num esboço mais claro do que poderá ser esta encenação de Godot. Com o término da feitura do projeto, muitas coisas reivindicam agora atenção. A carga de leituras continua, mas não estou dando conta. Preciso resolver antes a dramaturgia.

Fazer GODOT em apenas uma hora. Não quero mais, nem menos. Quero uma hora, um ato, uma única costura dos dois atos originais. Ainda não sei ao certo, mas nesta semana começo a costurar, a coser, a bater num liquidificador - ou seja, pela aleautoria - algumas possibilidades e fazer desse caos se erguer alguma outra coisa. Adoro.

O elenco está se fechando. Os ensaios, planejo eu, começam em 15 de março e seguem sem fim até a estreia, em julho. Nesta semana começo a desenhar melhor uma metodologia de ensaios - nada demais - apenas um rumo a seguir em sala de ensaio. Por quais lugares práticas diálogos experiências pesquisas worshops devemos passar? O que é imprescindível para nos instrumentalizar a fazer este GODOT?

Sério - isso não é segredo - mas um processo é extremamente enlouquecedor. Meus argumentos e conceitos e fundamentação e referências desmancham ante a força desse arrepio que me corta toda vez que penso alguns segundos a mais que o permitido sobre a cena, sobre o jogo, sobre as atrizes, o público, embates, vozes, movimentos deslocamentos sem vírgulo essa gramática da cena é a do descomedimento.

Pois vamos logo enlouquecer.