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domingo, 16 de maio de 2010

Ensaio #15

Teatro Gláucio Gill – 10/05/2010 – 13h às 17h.
Diogo, Carolline, Flávia, Adassa e Fabíola.

caradafabla 

Ensaio no qual descobrimos que a EMBRIAGUEZ (Nietzsche) deste GODOT mora na REPETIÇÃO. Percebo agora que não consegui anotar nada durante todo o ensaio, exceto isso “A embriaguez de Godot é a repetição”. Bom. Além disso, há o pior de cada uma:

CAROLLINE – tentar ser o foco
ADASSA – tentar ser boa
FABÍOLA – tentar ser insignificante
FLÁVIA – tentar ser caos

Bom, de onde surgiu tudo isso? O propósito do ensaio era o de tentar dar um primeiro fechamento de tudo o que havíamos experimentado no ensaio anterior do Quinto Movimento. Eu, como diretor, deveria levar uma proposta de cena a partir de tudo o que elas haviam produzido anteriormente. Não consegui. Não porque não quis ou porque não soube. Foi pior. Passei vários dias depois do 14º ensaio – o primeiro no qual elas produziram material para o Quinto Movimento – pensando sobre o que havia sido feito. Havia tanta coisa boa e interessante. As próprias atrizes listaram aqui no blog uma série de coisas que para elas “ficaram”, no sentido de terem sido coisas especiais. Acontecimentos que poderíamos retomar a fim de termos uma cena final do movimento.

Mas a tal crise. Qual foi? Bom, eu não aceitei facilmente que a cena deveria ser uma costura de tudo o que havia sido feito de bom. Eu fiquei uns dias pensando que talvez a cena deveria ser a costura do que havia sido feito de pior. Para a minha surpresa, ao comunicar isso às atrizes, a Caroll manifestou que também pensou nisso, ou seja, eu não me senti tão autoritário e esquisito. Enfim, cada uma elegeu aquilo que havia sido o pior, na sua opinião individual. O que fizemos então foi voltar aos trabalhos de improvisação do Quinto Movimento porém trabalhando a partir do pior. Que surpresa. Revelação. O material produzido conseguiu ser mais incrível que o anterior. Havia algo que não sei explicar. Talvez uma exposição maior, um risco explícito. Ao mesmo tempo, não permiti que usassem muitos objetos. Aqueles com os quais elas haviam criado tudo sequer voltaram. Havia uma essencialidade e uma concentração do desespero nelas mesmas.

O que fizemos também foi construir duas fotos. Duas estátuas. A primeira, das quatro atrizes em relação às cadeiras e à mesa. Uma partida. A segunda. A mesma lógica, porém da chegada. As improvisações começavam na primeira estátua e terminavam na última. E voltavam à primeira e assim…

Para o ensaio seguinte, de quarta, planejamos começar a trabalhar o Oitavo Movimento. E no ensaio de sexta, eu teria que levantar uma cena do Quinto Movimento. Que já acrescento: não consegui levantar.