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terça-feira, 15 de junho de 2010

Ensaio #25

Unirio – 03/06/2010 – 10h/15h.
Diogo, Carolline, Flávia, Adassa e Fabíola.

Raia. Leitura do quarto movimento. Jogar com o ridículo. Improvisação. Caixa Arquivo cheia daquilo que foi GODOT um dia, dos que já chegaram. Conversamos um pouco sobre os OBJETOS. Fabíola disse que os objetos estão vazios, sem significados. Caroll acredita que se gastando nos objetos é possível encontrar certa profundidade. Ada diz se sentir confortável com os objetos, apesar de reconhecer que eles não servem para nada. Flávia, por sua vez, sugere que é preciso pegar o objeto sem valorizá-lo, num ato de profanação.

Profanar ou ritualizar? Depois de “gastarem” os objetos, elas se apegam. Voltei ao comentário do Deleuze, sobre rachar as palavras, rachar as coisas. Por isso também pensei em destituir dos objetos sua camada de pessoalidade, sua possível identidade e memória impregnadas, sugeri que os objetos fossem todos pintados de preto ou algo assim, para que fiquem apenas na função de objeto, sem mais características ou detalhamento. Ainda estamos investigando isso.

Mais uma vez investigamos a raia entrecortada. Explorando relação kinestética e relação espacial.

Lucky tem o passo mais pesado:
3:1 na fala (não corremos mais o risco de pensar X posso estar enganado);

MOMENTO DO RIDÍCULO (escolher um objeto e conseguir fazer graça com ele, usando uma fala do texto) foram feitas inúmeras coisas, uma mais maravilhosa do que a outra. foi apenas um momento para antecipar o trabalho de improvisação;

IMPROVISAÇÃO (quarto movimento)

começam comendo (isso traz uma qualidade muito diferente para a cena. intensifica a tentativa);
e se ficássemos calados por um instante (quando voltam, trazem alguma proposta… o silêncio não é em vão);
lucky estático pensando;
flávia desenha a árvore com canetinha num papel;
ada fala e sinaliza a tudo aquilo que precisa ser identificado (árvore – sinaliza o papel; brejão – bate os pés no chão);
ada e flávia mimetizam o roubo das botas;
fabíola espontânea com “ué”;
flávia sai do texto para incriminar caroll/
ada “não é isso!”;
fabíola “ih, gente, é o catulo”;
3:1 – 3 destroem o catulo (“ah, catulo!”);
”começar de qualquer lugar”;
ocupam lugares diferentes;
caroll passa cola na pele, as outras parecem não ver, e ela começa a envelhecer e tirar as cascas da pele;
ada pega um tamborzinho e faz dele a árvore “isso!”;
caroll contra a parede chora “a mesma conversa há cinquenta anos”;
vladimir com dicionário dando ordens;
vladimir lê a bíblia para crianças;
ada super começa a anagramar e constrói novas frases e novos sentidos;
”godot é o jardineiro e a árvore somos nós”;
flávia lê “catulo” no dicionário;
ada implica “não! não! não!”;
caroll mata pernilongos que não existem;
ada ao anagramar “de fato nós tentamos hoje à tarde”;
o “brejão”, é o nome que elas dão ao sapo-cofre;
brigam com o catulo (“pq vc as deixou por ai? NÃO SÃO MINHAS! ah, catulo!”);
ada entrevista catulo no microfone;
lucky traduz a entrevista com sinais;
do microfone começa uma pregação “devíamos ter mergulhado profundamente na natureza!”;
ada e fabíola forçam satisfação com: TEVE… (e falam palavras do texto… TEVE A BOTA…);
gogô e didi lêem a b~iblia e brigam por ela;
enquanto dois brigam pela bíblia as outras duas cansam do jogo do TEVE;
ada pergunta “tentamos?” e flávia nega com a cebça dizendo “de fato”;
começam a implicar com GODOT que não veio (“ele devia estar aqui!" “pq estamos esperando GODOT? ele devia estar aqui!”);
elas incriminam GODOT (ele devia estar aqui, ele levou as suas botas, ele devia ter mergulhado profundamente na natureza;
começam a dança indígena “ELE DEVIA ESTAR AQUI!”;
flávia acende um cigarro e caminha com o cinzeiro na mão;
ada pondera a ela, “o primeiro passo é o mais difícil”;
com a toca da natação “devíamos ter mergulhado profundamente na natureza”;
estragon nada no chão com a toca;

começamos um IMPROVISO livre, no qual elas poderiam acessar qualquer texto de qualquer movimento:

caroll segura um papel no qual escreveu PDD;
lucky lança dados;
fabíola “não me toque”;
fabíola agarra no funk “ele não chegou”;
momento SENHORES (as quatro fumando, sem acender os cigarros, caracterizadas com máscaras (cachorro, lutador, …);
qual é o nosso papel? suplicantes, mendigos, bandidos, mágicos;
pozzo faz desenho e escreve dedicatória para estragon;
ada pergunta “tudo bem?” fabíola responde “tudo bem” caroll pondera “para você não para ele”;
flávia grita, “só podemos falar as falas do texto, tudo bem?”, fabíola diz “não estamos amarrados, estamos?”;
caroll sai com o microfone “eu fiquei mudo”.